Em entrevista ao The Washington Post, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), afirmou que não pretende ceder às pressões externas após ter sido alvo de sanções impostas pelo governo dos Estados Unidos, no âmbito da Lei Global Magnitsky.
“Não existe a menor possibilidade de recuar nem um milímetro sequer”, declarou Moraes, em referência aos processos que envolvem o ex-presidente Jair Bolsonaro e seus aliados. O ministro garantiu que as ações do STF continuarão tramitando dentro do devido processo legal e destacou que as condenações, se ocorrerem, serão baseadas em provas.
As sanções aplicadas pelos EUA foram interpretadas como um gesto de apoio do governo de Donald Trump a Bolsonaro. O episódio elevou a tensão diplomática e abriu espaço para críticas sobre um possível ativismo judicial no Brasil.
Durante a entrevista, Moraes foi chamado pelo jornal norte-americano de “xerife da democracia”, em alusão à sua postura firme em casos de ataques institucionais e contra as redes sociais, incluindo a plataforma X, de Elon Musk. O ministro justificou sua rigidez apontando o histórico de instabilidade política do Brasil: “Quando um país é repetidamente atingido por uma doença, ele desenvolve anticorpos mais fortes”, disse, em alusão às experiências autoritárias do passado.
O magistrado também comentou o julgamento sobre a suposta trama golpista atribuída a Bolsonaro, marcado para setembro. Para Moraes, a missão do STF é assegurar que “quem tiver que ser condenado, será condenado”.
Ainda que tenha admitido o incômodo com as medidas impostas por Washington, Moraes reforçou que seguirá defendendo o que considera ser a integridade da democracia brasileira: “Não é agradável, mas é necessário. Enquanto houver risco, a investigação continuará”.
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