A Procuradoria-Geral da República (PGR) se posicionou nesta sexta-feira (29) contra a instalação de policiais no interior da residência do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), localizada no Jardim Botânico, em Brasília. O procurador-geral Paulo Gonet afirmou que a medida seria desproporcional, uma vez que a prisão domiciliar já está em vigor.
Segundo Gonet, não há indícios de risco imediato dentro da casa que justifiquem reforço dessa natureza. Para ele, o monitoramento deve se concentrar nas áreas externas, como ruas e entradas do condomínio. “É preciso ponderar também a expectativa de privacidade, ainda que em áreas descobertas da propriedade. A vigilância externa se mostra suficiente, sem necessidade da presença física constante de agentes dentro da residência”, destacou.
A manifestação da PGR foi uma resposta ao diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, que havia solicitado ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, autorização para instalar uma equipe policial no interior da casa de Bolsonaro. Segundo Rodrigues, a medida seria essencial para impedir uma possível fuga.
O pedido ocorreu após preocupações levantadas de que o ex-presidente pudesse tentar buscar asilo político na Embaixada dos Estados Unidos, localizada a cerca de 10 minutos de sua casa.
Moraes, que já havia determinado vigilância permanente no condomínio por policiais penais do Distrito Federal, ainda deve decidir se acata o pedido da PF ou segue a posição da PGR.
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