Informações de bastidores indicam que ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) discutem internamente um “recuo possível” para amenizar o impasse diplomático com os Estados Unidos. A alternativa em estudo seria permitir uma eventual anistia pós-condenação a Jair Bolsonaro e a outros réus do processo que investiga o suposto golpe de Estado, caso ela seja aprovada pelo Congresso Nacional.
A proposta manteria a condenação, preservando a posição jurídica do STF, mas evitaria que a Corte derrubasse uma lei de anistia aprovada pelo Legislativo. A ideia é reduzir o atrito com Washington e tentar frear possíveis novas sanções, sem abrir mão do entendimento firmado nos julgamentos.
Mesmo com essa medida, o processo contra Bolsonaro seguiria normalmente, e sua inelegibilidade não seria revertida — ponto que o presidente dos EUA, Donald Trump, defende abertamente. Entre os ministros, há dúvidas sobre a eficácia da estratégia para encerrar a pressão norte-americana, já que a condenação permaneceria no histórico do ex-presidente.
Enquanto isso, no Congresso, a oposição pressiona o presidente da Câmara, Hugo Motta, para acelerar duas pautas sensíveis. A primeira prevê o fim do foro privilegiado para deputados e senadores, retirando do STF a competência para julgá-los. A segunda concede anistia aos investigados e condenados pelos atos de 8 de janeiro. Parlamentares afirmam temer retaliações judiciais caso contrariem a vontade de integrantes da Corte.

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