O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, intensificou sua ofensiva econômica com uma nova rodada de tarifas que atingem diretamente países considerados pouco cooperativos com sua agenda geopolítica. A medida afetou Canadá, Brasil e até aliados comerciais, em uma tentativa de reafirmar o controle norte-americano sobre o comércio internacional.
No caso do Canadá, Trump assinou uma ordem específica que eleva de 25% para 35% as tarifas sobre produtos canadenses. A justificativa é a suposta falta de colaboração do país vizinho no combate ao tráfico de fentanil e a retaliação econômica contra decisões anteriores da Casa Branca. Produtos classificados como “transbordados” — utilizados para driblar tarifas — agora serão sobretaxados em 40%.
O Brasil também entrou na mira. O país enfrentará uma taxa adicional de 40% sobre a tarifa-base de 10%. Segundo fontes do governo, a decisão foi uma resposta direta ao julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro, aliado político de Trump. A medida é interpretada como um gesto simbólico de insatisfação do republicano com o atual governo brasileiro.
Enquanto isso, o México conseguiu uma concessão: após uma ligação entre Trump e a presidente mexicana Claudia Sheinbaum, as tarifas foram adiadas por 90 dias, oferecendo um fôlego temporário ao país.
Já a China, após intensas negociações, firmou um acordo preliminar com os EUA. As tarifas americanas caíram de 145% para 30%, enquanto Pequim reduziu as suas de 125% para 10%. Também foi suspenso temporariamente o bloqueio ao comércio de terras raras e semicondutores, com a promessa de um acordo definitivo até 12 de agosto.
As tarifas sobre aço e alumínio — que já estavam fixadas em 50% — continuam em vigor. Produtos de cobre também passam a ser taxados nessa faixa, com exceção dos cátodos chilenos.
Durante coletiva de imprensa, a porta-voz Karoline Leavitt declarou que Trump “está restaurando a soberania econômica dos EUA” ao reduzir a dependência externa e impulsionar investimentos trilionários. O presidente, por sua vez, afirmou à NBC News que “o plano vai muito bem” e rebateu preocupações com aumento de preços: “O único preço que subiu foi o dos bilhões de dólares que estão entrando”.
Sobre as críticas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Trump foi direto: “Ele não precisa fazer negócios com os Estados Unidos, e isso está ótimo para mim”.
| País/Território | Tarifa aplicada |
|---|---|
| Afeganistão | 15% |
| Argélia | 30% |
| Angola | 15% |
| Bangladesh | 20% |
| Bolívia | 15% |
| Bósnia e Herzegovina | 30% |
| Botsuana | 15% |
| Brasil | 10% (+40% adicional) |
| Brunei | 25% |
| Camboja | 19% |
| Camarões | 15% |
| Chade | 15% |
| Costa Rica | 15% |
| Costa do Marfim | 15% |
| República Democrática do Congo | 15% |
| Equador | 15% |
| Guiné Equatorial | 15% |
| União Europeia | 15% |
| Ilhas Malvinas | 10% |
| Fiji | 15% |
| Gana | 15% |
| Guiana | 15% |
| Islândia | 15% |
| Índia | 25% |
| Indonésia | 19% |
| Iraque | 35% |
| Israel | 15% |
| Japão | 15% |
| Jordânia | 15% |
| Cazaquistão | 25% |
| Laos | 40% |
| Lesoto | 15% |
| Líbia | 30% |
| Liechtenstein | 15% |
| Madagascar | 15% |
| Malaui | 15% |
| Malásia | 19% |
| Maurício | 15% |
| Moldávia | 25% |
| Moçambique | 15% |
| Mianmar (Birmânia) | 40% |
| Namíbia | 15% |
| Nauru | 15% |
| Nova Zelândia | 15% |
| Nicarágua | 18% |
| Nigéria | 15% |
| Macedônia do Norte | 15% |
| Noruega | 15% |
| Paquistão | 19% |
| Papua-Nova Guiné | 15% |
| Filipinas | 19% |
| Sérvia | 35% |
| África do Sul | 30% |
| Coreia do Sul | 15% |
| Sri Lanka | 20% |
| Suíça | 39% |
| Síria | 41% |
| Taiwan | 20% |
| Tailândia | 19% |
| Trinidad e Tobago | 15% |
| Tunísia | 25% |
| Turquia | 15% |
| Uganda | 15% |
| Reino Unido | 10% |
| Vanuatu | 15% |
| Venezuela | 15% |
| Vietnã | 20% |
| Zâmbia | 15% |
| Zimbábue | 15% |
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