A presença de javalis, espécie invasora no Brasil, tornou-se um problema de grandes proporções. Hoje, eles estão espalhados em mais de 2 mil municípios, provocando prejuízos bilionários à agricultura, riscos à biodiversidade e até à saúde pública.
As perdas nas lavouras de milho e soja chegam a 40% em algumas regiões, e os animais também transmitem doenças graves, como febre suína e leptospirose.
Em 27 de agosto de 2025, a Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural (CAPADR) da Câmara dos Deputados realizou uma audiência pública sobre o tema, proposta pelo deputado Pezenti (MDB-SC). O parlamentar cobrou mais firmeza do governo federal:
“Estamos com dificuldade para fazer o abate porque o governo federal, que deveria ser um aliado, infelizmente é um inimigo”, criticou.
Entraves e debate sobre regulamentação
Apesar da gravidade do problema, a burocracia trava as ações de controle. Mais de mil autorizações de caça foram suspensas sem explicação clara, e a demora na liberação de armas dificulta o manejo.
O Projeto de Lei 3384/2021, ainda em tramitação, propõe regulamentar caça, armadilhas e o comércio de subprodutos. Já em São Paulo, o Decreto nº 69.645/2024 busca priorizar o controle, mas gerou polêmica ao permitir que agentes públicos entrem em propriedades privadas mediante consentimento.
O que dizem especialistas e produtores
Estimativas apontam que mais de 1 milhão de javalis precisarão ser abatidos em 2025 para mitigar os danos. A FAEP e a Embrapa defendem treinamento de caçadores e monitoramento sanitário, enquanto produtores rurais cobram menos ideologia e mais ação prática do IBAMA.
A expectativa é que novas regulamentações sejam implementadas ainda este ano, mas especialistas alertam: a solução exigirá equilíbrio entre controle populacional, preservação ambiental e apoio ao produtor rural.
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