O clima esquentou na Câmara dos Deputados. O líder do PT, Lindbergh Farias (RJ), afirmou que vai solicitar ao presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), a substituição do deputado Guilherme Derrite (PP-SP) da relatoria do PL Antifacção — proposta que pretende endurecer o combate às organizações criminosas.
Segundo Lindbergh, o relatório de Derrite passou por quatro versões diferentes, mas mesmo assim continua enfrentando forte resistência dentro do governo, do Centrão e até de parte da oposição. Entre os principais pontos de discordância estariam o perdimento amplo de bens, considerado impreciso por parlamentares, e a supressão de competências e recursos que envolvem diretamente a Polícia Federal.
O líder do PT afirmou que a condução de Derrite “criou uma confusão desnecessária” e que o projeto, do jeito que está, tornou-se difícil de salvar. Ele sugeriu que a única solução para destravar a pauta seria a indicação de um relator de consenso, preferencialmente do Centrão, para reconstruir a articulação em torno do texto.
“Foi uma falta de técnica legislativa muito grande. Depois de quatro versões, vai vir uma quinta? Eu acho que não dá mais para salvar esse texto”, declarou Lindbergh.
Apesar de defender a troca imediata do relator, Lindbergh admitiu que ainda não há um nome definido para assumir o posto. Para ele, contudo, encontrar alguém “capaz de unificar” é urgente para tirar o PL do impasse em que se encontra.
O movimento do PT aumenta a pressão sobre o projeto justamente no momento em que o debate sobre segurança pública domina o cenário político nacional. A disputa em torno da relatoria deve influenciar diretamente o ritmo de tramitação da proposta — e pode redefinir o eixo de poder dentro da Câmara nas próximas semanas.

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