As lideranças do Congresso Nacional entraram em rota de colisão com o governo Lula, criando um cenário de tensão que ameaça diretamente a votação de projetos considerados essenciais pelo Planalto. Segundo informações divulgadas por O Globo, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), e o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), romperam politicamente com os principais articuladores do governo no Legislativo.
No Senado, Alcolumbre cortou relações com o líder do governo, Jaques Wagner (PT-BA), após a forma como o Planalto conduziu a indicação de Jorge Messias (AGU) para o Supremo Tribunal Federal. Embora a crise não esteja ligada diretamente ao nome escolhido, aliados afirmam que o processo ignorou o apoio do Senado a Rodrigo Pacheco, causando desgaste profundo. Pessoas próximas descrevem a situação como um “ponto de virada”:
“Existe um Davi antes e outro depois dessa escolha”, dizem interlocutores, afirmando que o rompimento seria definitivo, pessoal e institucional.
Na Câmara dos Deputados, o presidente Hugo Motta também tornou o conflito público. Ele anunciou o rompimento com o líder do PT, Lindbergh Farias (RJ), após semanas de atritos envolvendo votações sensíveis. O estopim teria sido a condução do PL Antifacção, cuja relatoria Motta entregou à oposição, irritando a base governista.
Segundo aliados, Motta reclama de falta de articulação do PT, quebra de acordos e tentativa de transferir responsabilidades da liderança para a presidência da Casa.
Com os dois presidentes do Congresso distantes do governo, projetos prioritários do Planalto, como o PL Antifacção e o aumento de tributação para bets e fintechs, ficam travados — ameaçando a estratégia fiscal e política do governo Lula.

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