A crise dentro da direita ganhou um novo capítulo explosivo nesta segunda-feira (8). O deputado federal Paulinho da Força (Solidariedade-SP), relator do PL da Dosimetria, afirmou de maneira categórica que não existe qualquer possibilidade de uma anistia que permita ao ex-presidente Jair Bolsonaro recuperar seus direitos políticos e disputar as eleições de 2026.
A declaração surge após o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) condicionar a retirada de sua pré-candidatura presidencial à aprovação de uma anistia que reabilitasse o pai. A resposta de Paulinho, contudo, foi fulminante.
“Anistia? Esquece. Zero.”
Paulinho foi direto:
“Eu vi a declaração dele dizendo que quer o pai na urna. Isso jamais vai existir. Não há força política no Congresso para isso. Esquece a anistia.”
O parlamentar foi além: mesmo que a Câmara aprovasse esse movimento — o que ele considera impossível — o texto:
- Travaria no Senado, e
- Seria imediatamente derrubado pelo STF.
Ou seja, segundo ele, não existe caminho político, jurídico ou institucional que leve à reabilitação eleitoral de Jair Bolsonaro via anistia.
O que restaria a Bolsonaro? Prisão domiciliar.
Paulinho afirmou que a única alternativa viável para Bolsonaro é a discussão sobre dosimetria de penas, prevista no projeto que ele relata.
Essa flexibilização permitiria que a defesa do ex-presidente:
- negociasse com o STF,
- pedisse mudança no regime de cumprimento da pena,
- e buscasse prisão domiciliar.
Mas voltar às urnas? Segundo Paulinho, não existe a menor chance.
“Se fosse meu pai preso, eu provavelmente faria o mesmo que Flávio. Mas é impossível. Não há ambiente político para isso.”
Flávio tenta articulação política — mas recua
O senador, que já confirmou sua pré-candidatura ao Planalto, vem tentando costurar uma frente partidária robusta. Ele se reúne nesta noite com:
- Valdemar Costa Neto (PL),
- Ciro Nogueira (PP),
- Antônio Rueda (União Brasil).
Apesar disso, Flávio admitiu no domingo (7):
“Eu tenho um preço para não ir até o fim.”
E esse preço seria a volta de Bolsonaro ao jogo eleitoral — justamente o cenário que Paulinho diz ser politicamente impossível.
O dano colateral: a direita em xeque
A fala do relator expõe:
- o enfraquecimento do núcleo bolsonarista no Congresso,
- a falta de maioria para mudanças constitucionais,
- e o isolamento jurídico de Jair Bolsonaro.
Flávio tenta manter viva a chama da volta do pai, mas a resposta do Congresso — especialmente da centro-direita tradicional — mostra que o ambiente político mudou.
A declaração de Paulinho da Força marca, até agora, o golpe mais contundente contra a expectativa de anistia de Bolsonaro.
Em um único movimento, ele:
- desmonta a estratégia de Flávio,
- encerra o debate sobre retorno eleitoral de Bolsonaro,
- e reposiciona o jogo político para 2026.
Flávio agora se vê diante de um dilema:
Levar sua pré-candidatura até o fim, mesmo enfrentando resistência interna e turbulência no mercado,
ou
Recuar sem conseguir a reabilitação do pai, perdendo sua principal moeda de negociação.
O fato é que, segundo Paulinho, a anistia está morta e sepultada.
E isso muda tudo.

0 Comentários
Obrigado pela sugestão.