O vereador Carlos Bolsonaro (PL-RJ) anunciou oficialmente, nesta quinta-feira (11), que renunciará ao mandato na Câmara Municipal do Rio de Janeiro para disputar uma vaga no Senado Federal por Santa Catarina nas eleições de 2026. A decisão marca uma mudança histórica na trajetória do “02”, que há 24 anos construiu sua carreira política no berço do bolsonarismo.
Durante discurso emocionado no plenário, Carlos afirmou que deixa o Rio atendendo a “uma missão maior”, ressaltando que sua mudança não representa ruptura, mas continuidade da luta política da família.
“Eu amo o Rio de Janeiro. É aqui que cresci, que construí minha história. Parto com o coração cheio de saudade, mas com a serenidade de quem atende a um chamado maior”, declarou.
O vereador também mencionou a situação do ex-presidente Jair Bolsonaro, atualmente preso, classificando o processo como “injusto” e “carregado de interpretações políticas”.
Movimento estratégico do bolsonarismo
A renúncia de Carlos Bolsonaro está alinhada à estratégia nacional de Jair Bolsonaro para fortalecer sua influência no Senado. Santa Catarina é considerado um dos estados mais favoráveis ao bolsonarismo: o ex-presidente obteve 69,27% dos votos válidos no segundo turno de 2022, seu melhor desempenho no país.
A sinalização de que Carlos será candidato pelo estado já foi comunicada a lideranças locais, incluindo a deputada federal Júlia Zanatta (PL-SC), que pretendia concorrer ao Senado, mas confirmou ter sido informada da decisão do ex-presidente.
Com duas vagas disponíveis para Santa Catarina em 2026, o movimento é considerado altamente competitivo e com grande potencial eleitoral.
Por que não disputar pelo Rio de Janeiro?
Apesar de ter sido o vereador mais votado da história do Rio em 2024 — com 130.480 votos — Carlos Bolsonaro não teria espaço para disputar as duas cadeiras do Senado pelo estado em 2026, ambas já com articulações avançadas por outros grupos políticos.
Seu deslocamento para Santa Catarina atende ao cálculo eleitoral do PL: maximizar chances de vitória, manter forte palanque regional e ampliar a presença do bolsonarismo no Senado.
Fim de um ciclo e início de outro
Com a renúncia, Carlos encerra um ciclo de mais de duas décadas no Legislativo carioca, marcado por militância digital, forte presença nas redes e atuação estratégica nas campanhas presidenciais do pai.
Sua entrada na corrida ao Senado por Santa Catarina deve reorganizar o tabuleiro eleitoral local, influenciar alianças e colocar o bolsonarismo novamente no centro do debate político regional e nacional.
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