Greve de Petroleiros Começa e Paralisa Refinarias e Plataformas da Petrobras
Federação Única dos Petroleiros (FUP) confirmou o início de uma greve por tempo indeterminado nas unidades do Sistema Petrobras a partir desta segunda-feira (15). A paralisação ocorre após cerca de três meses de negociações sem acordo entre a categoria e a estatal e já afeta plataformas, terminais e importantes refinarias do país.
Segundo a FUP, o movimento teve início ainda durante a madrugada em plataformas localizadas no Espírito Santo e no Terminal Aquaviário de Coari, no Amazonas. Ao longo da manhã, a greve se expandiu para o setor de refino, com a não realização do revezamento de turno das 7h em pelo menos seis refinarias estratégicas.
Entre as unidades impactadas estão a Refinaria Gabriel Passos (Regap), em Betim (MG); Duque de Caxias (Reduc), no Rio de Janeiro; Paulínia (Replan), em São Paulo; Capuava (Recap), em Mauá (SP); Henrique Lage (Revap), em São José dos Campos (SP); e Presidente Getúlio Vargas (Repar), em Araucária (PR). A federação sindical não descarta a adesão de outras unidades ao longo do dia.
A decisão pela greve foi aprovada em assembleias realizadas na última sexta-feira (12), após o impasse nas negociações. Entre as principais reivindicações estão o restabelecimento de direitos retirados em gestões anteriores, mudanças na política do fundo de pensão dos funcionários e uma distribuição mais equilibrada dos resultados financeiros da Petrobras.
Em nota, a FUP afirma que os trabalhadores têm papel central nos resultados recentes da companhia e cobram maior participação nos ganhos. A entidade também critica a falta de avanços concretos por parte da direção da empresa, apontando que a paralisação é uma forma de pressionar a Petrobras a apresentar propostas efetivas.
Impacto econômico e risco de aumento dos combustíveis
A greve acende um alerta no mercado de combustíveis. Com refinarias e terminais operando com restrições, cresce o risco de redução na oferta de derivados, especialmente diesel e gasolina. Especialistas avaliam que, caso o movimento se prolongue, o impacto pode chegar ao consumidor final, com pressão sobre os preços nos postos.
O governo acompanha o movimento com atenção, já que qualquer instabilidade no abastecimento tende a gerar efeitos econômicos e políticos, sobretudo em um cenário de inflação sensível e forte dependência logística do transporte rodoviário.
Até o momento, a Petrobras não divulgou posicionamento oficial detalhado sobre a greve nem sobre possíveis impactos no abastecimento nacional.
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